Nesta segunda-feira a internet foi bombardeada pelo repúdio dos internautas com a nova coleção da Arezzo, chamada PeleMania, que utilizava pele de rapozas e coelhos em suas peças.
Desde as primeiras horas de segunda uma onda de tweets varreu a internet. Posts, comunidades e páginas do facebook se manifestaram contra a marca e sua atitude.
O lado ecológico
Em épocas em que matar animais não é mais necessidade para se proteger do frio, como era no tempo das cavernas, esse tipo de atitude soa como esnobe e irresponsável.
Não se trata de necessidade, e sim, de alimentar um luxo egoísta.
Matar um animal, fazendo ele sofrer, realmente vale a pena? Em um mundo em que a natureza pede socorro e nossa existência depende da manutenção dela, é correto matar animais para alimentar o luxo dos mais abastados?
O lado arezzo
A Arezzo se defendeu dizendo que as peles usadas em suas roupas possuem certificação. Mas isso significa que os animais sofrem menos? Como isso funciona?
Muitos defendem que matar animais para comer é tão grave quanto matar animais para ornamentar acessórios. No entanto, o ser-humano é onívoro, come carne, plantas, e vários alimentos para sobreviver. Matar animais para saciar a fome é diferente de matar para ornamentar objetos.
Se é mais grave ou menos grave, matar para comer ou matar para ornamentar, talvez não seja uma discussão pontual nesse momento. Mas a grande questão é: grandes marcas não deveriam ser o exemplo de atitudes sustentáveis?
Se a Arezzo segue a moda e a moda segue tendências, a moda é ser sustentável, preservar a natureza, cuidar do meio ambiente. Aliás, é muito mais que moda, é necessidade.
Porque a Arezzo não fez igual ao Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga que lançaram há algum tempo suas coleções com foco ecológico?
“Em uma tradução livre, upcycling significa valorização do ciclo. Trata-se do reaproveitamento/reciclagem de materiais em fim de vida útil, transformando-os em algo novo. Algumas técnicas de upcycling estão sendo usadas na reutilização de garrafas PET para fabricação de ternos, conhecidos como Eco-tux.
Uma técnica mais popular, e uma das mais antigas deupcycling, é a customização de roupas; cortar aquela calça fora de moda, tingir uma camisa velha, pregar um botão, e assim transformando o que não se usa mais em roupa nova.
A moda sustentável já invadiu o mundo fashion. Durante a São Paulo Fashion Week, o estilista Alexandre Herchcovitch mostrou em sua coleção masculina peças confeccionadas com tecido EcoSimple, feito com técnicas de upcycling.
Já o estilista Ronaldo Fraga, utilizou de algodão orgânico cru, e também de rendas feitas por artesãs paraibanas e bordados por cooperativas de Pernambuco e por artesãs de Minas Gerais.”
A Arezzo, vendo a proporção que tudo tomou devido a força das mídias sociais, se pronunciou e resolveu retirar seu produto das lojas. Agora surge outro problema: E esses animais que foram sacrificados? Será que não teria um jeito de fazer esses produtos gerar algum retorno que possa ser revertido para programas ecológicos?
Essa é mais uma questão complicada que surge em meio a tantas outras neste caso.
Mas o que fica claro é que não dá pra se esquecer de duas coisas: a sustentabilidade e a força que as mídias sociais têm.
É interessante ver também:
Página da Arezzo no Facebook, onde ela se pronuncia sobre o fato.
O que é moda sustentável – Artigo do blog Esse tal meio ambiente
Nenhum comentário:
Postar um comentário